A deputada distrital eleita Doutora Jane (Agir) participou, nesta sexta-feira (7/10), do Metrópoles Entrevista. Durante 30 minutos, ela falou ao jornalista Matheus Garzon sobre as propostas e pautas que pretende levar à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Delegada da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Doutora Jane afirmou que é preciso esclarecer quem, de fato, é responsável pelo pagamento dos policiais da capital federal. A segurança pública do DF é remunerada por meio do Fundo Constitucional, com recursos da União, mas quem faz o pedido de aumento e melhorias para a corporação é o governador do Distrito Federal.
“Precisamos definir se nosso fundo deve ser gerido pelo governo federal ou pelo GDF. Em alguns momentos importantes, não existe essa clareza e isso tem dificultado a melhoria salarial. Polícia forte é polícia bem paga. Já somos colocados como a melhor polícia do país em termo de resolução de crimes e temos que ser, também, uma polícia bem remunerada”, disse Doutora Jane.
Durante a entrevista, a deputada distrital eleita também detalhou propostas para melhorar as políticas públicas na combate à violência contra a mulher. Doutora Jane destacou que é preciso reforçar o atendimento diferenciado para as vítimas de violência nas delegacias.
“A mulher vítima faz o registro policial e pergunta: ‘Agora, o que eu faço?’ Essa resposta tem que ser dada no momento do registro. O DF tem feito isso de forma tímida nos últimos 4 anos. Toda delegacia tinha que ter atendimento diferenciado para mulher vítima de violência”, afirmou.
Doutora Jane disse que vai propor a criação de uma nova Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) na saída norte para atender aos moradores de regiões administrativas da área, como Sobradinho. A deputada eleita afirmou, também, que as vítimas de violência doméstica precisam de mais oportunidade de melhoria de vida por meio de formação.
Quem é
Jane Klébia do Nascimento é natural de Brasília. Delegada da Polícia Civil do DF, foi atleta de vôlei, enfermeira, professora de geografia na rede pública e diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro). Ela é uma das quatro distritais mulheres eleitas e uma entre os três parlamentares que se autodeclaram pretos para a legislatura de 2023-2026.