Sou grata pela oportunidade que tive de administrar a cidade onde nasci, cresci e moro até hoje. Amo essas “terras altas do norte” e, foi motivada por esse amor, que dei a elas o melhor de mim. Sei o quanto eu e minha equipe nos desdobramos para realizar o máximo possível com os poucos recursos que tínhamos. Foram nove meses intensos, mas muito gratificantes. Repleto de conquistas e aprendizados.
Sem dúvida, foi uma experiência incrível. Dos elogios que recebemos, tirei inspiração para acordar cedo, subir no salto e encarar a dura rotina do gabinete e das ruas sem esmorecer. Com as críticas, pude exercitar a empatia, a humildade e, sobretudo, a coragem para enfrentar desafios cada vez maiores.
Se tive tempo de deixar uma marca, eu não tenho certeza, mas tenho fé que sim. A mesma marca que imprimi quando fui enfermeira, professora, delegada e secretária de estado. A marca do acolhimento e do carinho no trato com as pessoas. Do diálogo e do respeito às diferenças. Da capacidade realizadora, da transparência e do compromisso com o bem comum. Ou, para resumir, a marca da superação.
Apesar de sentir-me realizada, é impossível negar a tristeza, a frustração e a dor desse momento. Penso nas ações que estavam em andamento. Nos impactos positivos que elas causariam na comunidade. Nas pessoas que deixaram seus empregos para trabalhar comigo, pois acreditavam nas minhas propostas. Em todo o planejamento que fizemos e que não vamos ter a chance de concluir.
É muito difícil não me emocionar ao pensar nas pessoas que depositaram suas esperanças no nosso trabalho. A elas, posso dizer apenas que deixo o cargo, mas não deixo luta. E que lamento, como executiva e como cidadã, os motivos frágeis que levam a essa desgastante dança das cadeiras, que nos condenam a incontáveis recomeços.
Sigamos juntos e fortes! A convivência que tive com lideranças e pessoas nas três RA’s só reforçaram a certeza de que meu projeto de vida deve incluir a defessa dos interesses da nossa região norte. Não só de Sobradinho, Sobradinho II e Fercal, mas também de Planaltina, Paranoá e Itapoã. Cidades que têm problemas comuns e que conheço bem, tendo atuado com afinco em todas delas.
Quanto ao meu futuro profissional, tenho muito para refletir ainda. Nesse instante, preciso descansar um pouco, pedir a Deus que ilumine meu caminho e passar um tempo com a minha família. A princípio, retornarei à Polícia Civil do Distrito Federal como delegada para continuar contribuindo com a comunidade da área da nova DP onde estarei lotada. A defesa intransigente da mulher faz parte de minha trajetória e não vai parar.
Bom, hora de seguir em frente. Agradeço imensamente o apoio, o carinho, a admiração, a torcida e o respeito de todos que estiveram comigo nesta caminhada. Meu projeto continua e estarei à disposição de todos como sempre estive: mesmo telefone, inclusive. Mantenham contato.
Grande abraço.
